Rio Grande do Sul: Moveleiros preveem alta de preços com volta do IPI
Indústrias da Serra já contam com aumento para 5% em 30 de junho
Principal polo moveleiro do País, as indústrias da Serra gaúcha já contam com o aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para 5% a partir de 30 de junho. Em janeiro, a alíquota passou de 3,5% para 4%, como parte de um processo de recomposição gradual do tributo para móveis, laminados e painéis estabelecido pelo governo. O tributo havia sido zebrado em 2010, em um pacote de estímulo a vários setores industriais.
“A expectativa é que o imposto vai voltar todo. Temos representante atuando junto ao governo, a Abimóvel (associação brasileira do setor), mas está muito difícil e estamos pessimistas”, diz Henrique Tecchio, presidente do Sindimóveis de Bento Gonçalves, que promove a Movelsul, a maior feira de móveis da América Latina. O evento, em sua 19ª edição, teve início ontem, no Parque de Eventos de Bento Gonçalves, e acontece até sexta-feira, dia 28.
Segundo Tecchio, o reflexo do retorno do IPI será o aumento de preços dos produtos para o consumidor. “Aumenta o custo final”, diz o dirigente.
Em 2013, o setor já aplicou reajuste ente 6% e 10% nos produtos. O aumento entre 10% e 20% na matéria-prima e o dissídio de 2% a 3% (aumento real, descontado a inflação) foram alguns dos motivos para a alta de preços, segundo o presidente do Sindimóveis de Bento Gonçalves.
De acordo com Tecchio, a volta do IPI ao patamar original de 5% será mais um fator a pressionar os custos. O momento da indústria, agora, é “voltar-se para dentro de casa, para dentro das empresas, para refazer as contas e o planejamento”.
“Conseguimos segurar (os custos) até certo ponto. A última medida é a demissão de profissionais, até porque temos carência de mão de obra qualificada”, afirma o presidente do Sindimóveis.
Mas a indústria não dá o ano por perdido. A entrada de dinheiro no País com a Copa do Mundo, nos meses de junho e julho, e com as eleições, em novembro, são um alento.
“Não temos histórico da Copa, mas entendemos que vai movimentar muitos recursos que no pós-Copa deverá ser utilizado. Mais os recursos e possíveis obras com as eleições”, afirma Tecchio.
Para 2014, o polo moveleiro de Bento Gonçalves estima crescimento de 4% a 5% no faturamento contra expansão de 3% em 2013 e 7,4% em 2012. Ao todo, as indústrias do setor na região somam 300 empresas e empregam 9.100 trabalhadores. Em 2013, o faturamento local foi de R$ 2,48 bilhões, representando 6% da produção nacional.
Fonte: Jornal do Comércio