Quando pensamos em controle de estoque, é comum associar o termo à parte operacional de um negócio: entrada e saída de mercadorias, contagens físicas, organização do almoxarifado. Mas, na prática, o estoque é muito mais do que uma questão de logística. Ele é, na verdade, um dos ativos mais relevantes de uma empresa — e exerce impacto direto sobre a contabilidade, a formação do preço de venda, a gestão de custos e até sobre o lucro tributável.
O controle de estoque é o processo de registrar, monitorar e administrar o fluxo de produtos dentro de uma organização. Esse processo começa no momento da aquisição e se estende até o momento da venda ou consumo da mercadoria. Quando bem estruturado, ele garante que a empresa tenha sempre a quantidade certa de produtos para atender à demanda dos clientes — sem excessos que imobilizam o capital, nem faltas que causam perda de vendas.
Do ponto de vista contábil, controlar o estoque com precisão é fundamental para compor relatórios como o balanço patrimonial, mensurar o CMV (Custo das Mercadorias Vendidas) e realizar a escrituração correta das operações. Isso significa que falhas no controle de estoque podem gerar distorções nos demonstrativos financeiros, impactando diretamente a análise de desempenho, a tributação e até o planejamento estratégico da empresa.
- Para um controle de estoque eficiente
- Como fazer controle de estoque na contabilidade?
- Quais são os 4 pilares do controle de estoque?
- O que é o método PEPS e UEPS?
- PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair)
- UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair)
- Como escolher o melhor método de controle de estoque para empresas
- O que significa curva ABC?
- Erros comuns no controle de estoque e como evitá-los
- Falta de organização
- Ausência de automação
- Inventário desatualizado
- Desconsiderar o giro de produtos
- Falta de controle fiscal
- Controle de estoque é contabilidade na prática
- FAQ -Controle de Estoque na Contabilidade: perguntas frequentes
- Baixe agora! Infográfico Controle de Estoque
Para um controle de estoque eficiente
Para garantir que esse controle seja eficaz, a contabilidade se vale de diferentes critérios de avaliação de estoque. Entre os principais métodos, estão:
- PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair)
- UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair)
- Custo médio ponderado
- Preço específico
Cada um desses critérios utiliza uma lógica própria para definir qual é o custo de cada unidade vendida — e essa escolha contábil influencia diretamente o resultado financeiro e fiscal do negócio.
Ao longo deste conteúdo, entraremos em todos esses detalhes para você entender como o controle de estoque funciona na prática contábil, quais são os quatro pilares que sustentam uma gestão eficiente, como funcionam os principais métodos de controle e o que você precisa saber para evitar os erros mais comuns nesse processo.
Como fazer controle de estoque na contabilidade?
O controle de estoque vai muito além de saber o que entra e o que sai do armazém. Ele é uma peça-chave na gestão de estoque e tem impacto direto na contabilidade e na saúde financeira da empresa. Isso porque o estoque representa um ativo no controle patrimonial e influencia diretamente o cálculo do CMV (Custo das Mercadorias Vendidas).
Na prática, o controle de estoque contábil permite acompanhar com precisão o valor das mercadorias armazenadas, o que ajuda na escrituração contábil correta e na elaboração de demonstrativos como o balanço patrimonial. Sem esse controle, é comum que as empresas enfrentem inconsistências fiscais, perdas financeiras e dificuldades na apuração de lucros e tributos.
Além disso, o impacto fiscal do estoque pode ser significativo: erros na valorização do inventário ou na escolha do método contábil utilizado podem gerar autuações, pagamento indevido de impostos ou prejuízos que poderiam ser evitados com um bom sistema de controle.

Quais são os 4 pilares do controle de estoque?
Para que o controle de estoque funcione de forma estratégica — e não apenas como uma operação de rotina — é importante estruturar o processo com base em quatro pilares: Organização, Monitoramento, Avaliação e Prevenção de perdas.
- Organização
Manter o estoque bem organizado é o primeiro passo para evitar erros. Isso envolve desde a padronização de códigos de produtos até o layout físico do armazém. Uma boa organização de estoque reduz falhas e facilita a reposição e a contagem de itens.
- Monitoramento
É fundamental ter monitoramento de estoque em tempo real, acompanhando todas as entradas e saídas de produtos. Softwares de automação de estoque ajudam a rastrear cada movimentação, garantindo agilidade e precisão.
- Avaliação
Avaliar o estoque significa saber o valor real das mercadorias armazenadas e seu impacto nos custos e lucros. A avaliação de estoque deve ser feita com base em métodos contábeis (como PEPS, UEPS ou custo médio), considerando a formação do custo do estoque e sua influência no resultado fiscal.
- Prevenção de perdas
Um dos grandes desafios é evitar perdas por vencimento, avarias ou obsolescência. Com planejamento de estoque e uso de técnicas como a curva ABC, é possível minimizar riscos, equilibrar o giro e manter o estoque sempre saudável.
O que é o método PEPS e UEPS?
Na contabilidade, escolher o método de avaliação de estoque pode mudar completamente o resultado financeiro de uma empresa. Os dois modelos mais usados são o método PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair) e o método UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair) — e cada um afeta de forma diferente o custo dos produtos e a apuração de lucros.
Mas há outros também, como o método da média ponderada, que calcula o custo unitário com base em todas as aquisições anteriores, diluindo as variações de preço ao longo do tempo. Costuma ser uma alternativa muito comum em empresas com produtos padronizados ou com grande volume de compras. Ou o método do preço específico, indicado para empresas que trabalham com itens únicos e de alto valor, como concessionárias, galerias de arte ou joalherias.
PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair)
Nesse método, considera-se que as primeiras mercadorias compradas são também as primeiras a serem vendidas. Isso significa que os itens mais antigos (e geralmente mais baratos) saem primeiro. Como resultado, o CMV tende a ser menor, aumentando o lucro contábil — o que também pode gerar um aumento na carga tributária. É ideal para empresas que lidam com produtos perecíveis ou sujeitos à obsolescência
UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair)
Já no método UEPS, considera-se que as últimas mercadorias compradas (mais recentes e geralmente mais caras) são as primeiras a sair. Isso eleva o CMV e reduz o lucro contábil no curto prazo, o que pode ser vantajoso para fins fiscais. No entanto, esse método não é aceito pelas normas contábeis brasileiras (CPC) e nem pelas regras do IFRS, sendo aplicado apenas para controle interno ou análise gerencial.
Esses dois métodos fazem parte dos chamados métodos de valorização de estoque, que influenciam diretamente na avaliação de estoque, na formação do custo do estoque e, por consequência, na apuração de lucros e perdas.
Como escolher o melhor método de controle de estoque para empresas
A escolha do método de controle de estoque não deve ser feita no impulso. Ela precisa considerar as características do negócio, o tipo de produto, o volume de vendas e as obrigações fiscais da empresa.
Empresas com alto giro de mercadorias devem priorizar a agilidade e o monitoramento de estoque em tempo real, enquanto negócios com itens de maior valor e menor volume podem se beneficiar de um controle mais detalhado e manual.
Também é importante analisar a rotatividade de estoque — quanto mais rápido o produto sai, mais robusto deve ser o sistema de controle. Ferramentas como a curva ABC ajudam a identificar os itens mais relevantes financeiramente, auxiliando no planejamento e na tomada de decisões.
Além disso, o modelo tributário influencia diretamente. O fluxo de mercadorias deve estar alinhado ao método contábil usado para controle fiscal de inventário e apuração de custos. Empresas no Lucro Real, por exemplo, precisam ter atenção redobrada à forma como o estoque é registrado e valorizado.
O que significa curva ABC?
A curva ABC é uma técnica de classificação usada na gestão de estoques (e também em outras áreas da administração) para organizar os itens com base em sua importância relativa, geralmente medida pelo valor de consumo ou impacto financeiro.
Ela se baseia no Princípio de Pareto (80/20) — a ideia de que uma pequena parte dos itens representa a maior parte do valor movimentado.
Exemplo prático de curva ABC
Grupo A (os mais valiosos)
- Correspondem a cerca de 20% dos itens.
- Representam aproximadamente 80% do valor total do estoque.
- Requerem maior controle, atenção e planejamento.
- Exemplo: produtos de alto custo ou de alta rotatividade.
Grupo B (nível intermediário)
- Cerca de 30% dos itens.
- Representam cerca de 15% do valor total.
- Controle e atenção moderados.
- Exemplo: produtos com vendas regulares, mas menor impacto financeiro.
Grupo C (os menos valiosos)
- Aproximadamente 50% dos itens.
- Representam apenas 5% do valor total.
- Podem ter controle mais simples e estoques maiores.
- Exemplo: itens de baixo custo e baixa movimentação.
Erros comuns no controle de estoque e como evitá-los
Mesmo empresas experientes podem cometer falhas que comprometem toda a gestão de estoque. Abaixo, listamos os erros mais comuns — e como evitá-los:
Falta de organização
Sem uma estrutura lógica de armazenamento, aumenta-se o risco de perdas por vencimento, avarias ou esquecimento de produtos no estoque. Solução: implemente uma organização de estoque baseada em categorias e localização física.
Ausência de automação
Controlar tudo manualmente abre margem para erros humanos. Sistemas de automação de estoque garantem mais precisão e integração com outras áreas da empresa.
Inventário desatualizado
Muitos negócios negligenciam o inventário de estoque, deixando de realizar contagens periódicas. Isso prejudica tanto o controle físico quanto o contábil. Uma boa dica aqui é usar o GTIN para ajudar nesse controle.
Desconsiderar o giro de produtos
Ignorar a ruptura de estoque (quando um item acaba e não há reposição imediata) pode resultar em perda de vendas. Monitorar a demanda e definir estoque mínimo e máximo é essencial.
Falta de controle fiscal
Sem atenção à parte contábil, a empresa pode cair em erros na escrituração, o que gera riscos tributários. O controle de desperdícios e o acompanhamento do impacto fiscal do estoque devem fazer parte da rotina.
Evitar esses erros é garantir um controle de estoque eficiente, com ganhos operacionais e segurança contábil.
Controle de estoque é contabilidade na prática
Mais do que uma operação de rotina, o controle de estoque é uma ferramenta estratégica que conecta a área operacional à contabilidade e ao controle patrimonial da empresa. Ele afeta diretamente a formação de preços, o balanço patrimonial, o cálculo de tributos e até mesmo a lucratividade do negócio.
Implementar um sistema eficiente de controle de mercadorias, com processos bem definidos de movimentação de estoque e uso de métodos contábeis adequados, é o primeiro passo para tomar decisões com base em dados reais — e não em suposições.
Se você deseja reduzir perdas, otimizar a operação e garantir conformidade fiscal, comece agora a investir em um controle de estoque contábil completo. Ele é, sem dúvida, uma das formas mais seguras de aplicar a contabilidade à gestão do dia a dia.
FAQ -Controle de Estoque na Contabilidade: perguntas frequentes
Porque o estoque é um ativo essencial que impacta diretamente o balanço patrimonial, o cálculo do CMV (Custo das Mercadorias Vendidas), a apuração de lucros e tributos. Um controle bem feito evita distorções financeiras e fiscais.
Organização: estrutura lógica do estoque e codificação dos produtos.
Monitoramento: acompanhamento em tempo real das movimentações.
Avaliação: definição do valor do estoque com métodos contábeis.
Prevenção de perdas: planejamento para evitar vencimentos, avarias e obsolescência.
PEPS: sai primeiro o item que entrou primeiro. Reduz o CMV e aumenta o lucro.
UEPS: sai primeiro o item mais recente. Eleva o CMV e reduz o lucro. Não é aceito pelo CPC/IFRS.
Ambos afetam diretamente o resultado contábil e fiscal da empresa.
Leve em conta o tipo de produto, o volume de vendas, a rotatividade, o modelo tributário da empresa e a finalidade da análise (contábil ou gerencial). Use PEPS para itens perecíveis e média ponderada para produtos padronizados.
alta de organização → use categorias e layout eficiente.
Controle manual → implemente automação.
Inventário desatualizado → realize contagens periódicas.
Ignorar giro de produtos → defina estoques mínimo e máximo.
Falhas contábeis → integre estoque à rotina fiscal da empresa.
O controle de estoque não é só logístico — é uma ferramenta estratégica de gestão contábil.
Baixe agora! Infográfico Controle de Estoque
Preencha o formulário abaixo para fazer o download gratuito do Infográfico Controle de Estoque e veja como fazer uma análise eficiente do estoque.