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CNIS: tudo sobre o Cadastro Nacional de Informações Sociais

O CNIS é o banco de dados de registro da vida trabalhista e previdenciária. Neste guia, você vai entender tudo sobre o Cadastro Nacional de Informações Sociais.

Você já ouviu falar no CNIS, mas não tem certeza do que ele realmente representa? Pois saiba que esse cadastro pode ser decisivo no momento de solicitar aposentadoria, pensão, salário-maternidade e outros benefícios do INSS.

O CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais) é, na prática, o registro oficial da sua vida laboral e previdenciária. Ele reúne todas as informações sobre seus vínculos empregatícios, contribuições ao INSS e dados cadastrais essenciais para garantir que seus direitos sejam respeitados.

Mas apesar de sua importância, o CNIS ainda gera muitas dúvidas. Afinal, CNIS é o mesmo que NIS? Toda pessoa tem um CNIS? Como fazer o cadastro ou corrigir erros no sistema?

Neste conteúdo, vamos responder essas e muitas outras perguntas para que você entenda de uma vez por todas o que é o CNIS, para que ele serve e como utilizá-lo a seu favor — seja você um trabalhador, um contribuinte autônomo ou um profissional da área contábil.

O que é o CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais)?

O CNIS é o Cadastro Nacional de Informações Sociais, uma base de dados pública, oficial e centralizada que reúne todo o histórico de vínculos trabalhistas e contribuições previdenciárias dos brasileiros. Ele é gerenciado pelo INSS e processado pela Dataprev, empresa pública de tecnologia do governo federal.

Criado para substituir a necessidade de documentos físicos e registros espalhados, o CNIS tem como objetivo garantir a rastreabilidade da vida laboral do cidadão — do primeiro emprego ao último recolhimento ao INSS. É por meio dele que o governo confere se alguém tem direito a benefícios previdenciários e qual o valor a ser recebido.

O que consta no CNIS?

O cadastro reúne informações detalhadas sobre:

  • Empregos formais: nome da empresa, período de vínculo e salários informados;
  • Contribuições previdenciárias: feitas via GPS (Guia da Previdência Social), eSocial, ou automaticamente pelas empresas;
  • Dados cadastrais: nome completo, CPF, data de nascimento, nome da mãe, NIT/NIS;
  • Histórico de benefícios: se o cidadão já recebeu aposentadoria, auxílio-doença, pensão etc.

Essas informações são utilizadas pelo INSS para calcular o tempo de contribuição e o valor dos benefícios. Se houver falhas ou dados inconsistentes no CNIS, o trabalhador pode perder dinheiro ou ter o benefício negado.

Como o CNIS é alimentado?

O CNIS é atualizado de forma automática com base em:

  • Declarações das empresas (via GFIP, RAIS, eSocial);
  • Contribuições feitas diretamente pelo contribuinte individual ou facultativo;
  • Integrações com outras bases, como Receita Federal, CadÚnico, Caixa Econômica e Banco do Brasil.

Ou seja, cada vez que uma pessoa é registrada em carteira ou faz um recolhimento ao INSS, essa informação deve constar no seu CNIS.

Por que o CNIS é tão importante?

Porque ele é a fonte oficial usada pelo INSS para comprovar o tempo de contribuição e calcular os direitos previdenciários. Quando o trabalhador solicita um benefício, é o CNIS que vai dizer se ele tem ou não direito — e qual o valor a ser pago.

Portanto, o CNIS não é apenas um cadastro burocrático, mas uma ferramenta vital para proteger os direitos previdenciários de milhões de brasileiros.

Qual a diferença entre CNIS, NIS, PIS e NIT?

Muita gente se confunde com os termos CNIS, NIS, PIS e NIT — e não é à toa. Eles estão todos relacionados à identificação social e previdenciária do cidadão, mas cada um tem uma função específica.

Vamos entender com calma o que significa cada sigla e como elas se conectam:

CNIS – Cadastro Nacional de Informações Sociais

É o banco de dados que armazena todo o histórico de vínculos trabalhistas, salários e contribuições ao INSS. É nele que estão registrados o PIS, o NIT, o NIS e outros dados essenciais.

Pense no CNIS como o “arquivo digital” da sua vida laboral e previdenciária.

NIS – Número de Identificação Social

É o número de registro do cidadão nos programas sociais do governo. Ele é gerado automaticamente quando a pessoa é cadastrada no CNIS — por exemplo, ao receber Bolsa Família, FGTS ou ser contratada com carteira assinada.

O NIS serve como identificador único dentro dos sistemas sociais e pode ser usado como login em serviços como o Meu INSS.

PIS – Programa de Integração Social

É um número vinculado ao NIS, criado quando o trabalhador é registrado pela primeira vez com carteira assinada em empresa privada. Ele é usado principalmente para:

  • Depósitos do FGTS;
  • Pagamento do abono salarial (PIS/PASEP);
  • Registro de contribuições previdenciárias via CLT.

O PIS é o NIS usado no setor privado — os dois números são iguais, mas o uso muda conforme o contexto.

NIT – Número de Identificação do Trabalhador

Esse é o número utilizado por contribuintes individuais, como autônomos, MEIs ou segurados facultativos, que fazem suas próprias contribuições para o INSS.

Se você nunca trabalhou com carteira assinada, mas precisa contribuir como autônomo, é o NIT que será usado.

O NIT também é um número gerado dentro do CNIS e, assim como o PIS e o NIS, geralmente todos têm o mesmo número, mas com finalidades diferentes.

Resumo prático das diferenças

SiglaO que éPara que serveQuem usa
CNISCadastro geralArmazena vínculos, salários, contribuiçõesTodos os trabalhadores e segurados
NISIdentificação socialUsado em programas sociais e previdenciáriosQualquer cidadão com cadastro no CNIS
PISPrograma trabalhistaVinculado a contratos CLT no setor privadoTrabalhadores com carteira assinada
NITIdentificação do trabalhadorUsado por autônomos para contribuir ao INSSContribuintes individuais e MEIs

Entender essas siglas evita confusões na hora de se cadastrar, contribuir ou buscar benefícios. E o mais importante: todas elas estão integradas dentro do CNIS, que é o verdadeiro “coração” da sua relação com a Previdência Social.

Quem tem CNIS? Quem precisa fazer o cadastro?

Uma dúvida comum entre trabalhadores e autônomos é: “Será que eu já tenho CNIS?” ou “Preciso fazer algum cadastro para ter acesso a benefícios do INSS?” A resposta é: depende do seu histórico e da forma como você ingressou no sistema previdenciário.

Quem já tem CNIS automaticamente?

Você provavelmente já está cadastrado no CNIS se:

  • trabalhou com carteira assinada, mesmo que por pouco tempo;
  • prestou serviço público ou militar com recolhimento para a Previdência Social;
  • Já recebeu algum benefício previdenciário (aposentadoria, auxílio-doença, pensão etc.);
  • Já foi beneficiário de programa social, como Bolsa Família, Auxílio Brasil ou FGTS;
  • Já contribuiu ao INSS como MEI, autônomo ou facultativo, mesmo uma única vez.

Em todos esses casos, seu número de NIS/PIS/NIT já foi gerado e vinculado ao seu nome no CNIS. Você já faz parte da base de dados do INSS.

Quem precisa fazer o cadastro no CNIS?

Você precisa se cadastrar caso:

  • Nunca trabalhou com carteira assinada nem contribuiu como autônomo;
  • Vai começar a contribuir por conta própria como contribuinte individual ou facultativo;
  • Vai se formalizar como MEI (o sistema já gera o NIT, mas é importante conferir e completar o cadastro);
  • Deseja fazer um planejamento previdenciário desde cedo.

Se você nunca teve vínculo formal com o INSS e não está em nenhum programa social, é possível que ainda não tenha um número no CNIS — e aí é necessário gerar um NIT ou NIS para começar a contribuir.

Quem nunca trabalhou pode ter CNIS?

Sim. Mesmo quem nunca trabalhou pode ter CNIS se foi inscrito em algum programa social (como o CadÚnico) ou foi incluído como dependente em benefício previdenciário de outra pessoa. O simples fato de ser brasileiro e estar em alguma base de dados governamental pode gerar a inscrição.

Mas atenção: ter CNIS não significa estar contribuindo

É muito importante entender: ter o cadastro no CNIS é diferente de estar em dia com o INSS.

Muitas pessoas têm o número, mas:

  • Nunca contribuíram;
  • Têm lacunas ou erros nos registros;
  • Não atingiram tempo suficiente para se aposentar.

Por isso, consultar o extrato do CNIS com frequência é essencial para verificar se está tudo certo — e para garantir que você terá acesso aos seus direitos no futuro.

Como saber se já tenho um CNIS?

Você pode nunca ter ouvido falar em “CNIS”, mas isso não significa que ele não exista para você. A maioria dos brasileiros que já teve algum vínculo com o governo — seja como trabalhador formal, autônomo, beneficiário de programa social ou contribuinte individual — já possui cadastro no CNIS.

A boa notícia é que é muito fácil descobrir se você está lá.

Passo a passo para saber se você já tem um CNIS

A forma mais prática de verificar se você já tem CNIS é acessando o portal Meu INSS, que reúne todas as suas informações previdenciárias.

Pelo site:

  1. Acesse meu.inss.gov.br.
  2. Clique em “Entrar com gov.br”.
  3. Faça login com seu CPF e senha (ou crie uma conta gratuita).
  4. No menu inicial, clique em “Extrato de Contribuição (CNIS)”.

Se o sistema localizar seu cadastro, ele exibirá seu extrato com os vínculos registrados e o número do seu NIT/PIS/NIS. Isso confirma que você já está inserido no CNIS.

Pelo aplicativo:

  1. Baixe o app Meu INSS (disponível para Android e iOS).
  2. Faça login com sua conta gov.br.
  3. Siga os mesmos passos acima para consultar o extrato do CNIS.

Alternativas para confirmar se tem CNIS

Se você não conseguir acessar o Meu INSS ou tiver dúvidas, há outras formas:

  • Consulta pelo CPF no site da Previdência Social, em seções específicas de cadastramento;
  • Consulta pelo número do NIS ou PIS em aplicativos como Caixa Trabalhador ou no próprio extrato do FGTS;
  • Atendimento presencial ou por telefone (135) no INSS.

Dica: seu NIS/PIS/NIT pode aparecer em outros documentos

Você também pode verificar se já possui CNIS conferindo:

  • Carteira de trabalho (página do PIS);
  • Cartão Cidadão da Caixa Econômica;
  • Cartões do Bolsa Família ou CadÚnico;
  • Contracheques de empregos antigos.

Se você encontrar um número de PIS, NIT ou NIS, é praticamente certo que você já tem um CNIS — esses números são gerados dentro do próprio cadastro.

E se eu não encontrar nada?

Caso você siga todos os passos e não localize nenhum número vinculado ao seu CPF, é provável que ainda não tenha sido inscrito no CNIS. Nesse caso, você precisará fazer o cadastro — e é exatamente isso que explicaremos no próximo bloco.

Como se cadastrar no CNIS pela primeira vez (passo a passo completo)

Se você nunca trabalhou com carteira assinada, nunca contribuiu ao INSS e não participa de programas sociais, é possível que ainda não tenha um número vinculado ao CNIS. Mas não se preocupe: o processo de cadastramento é gratuito, simples e pode ser feito 100% online.

A seguir, mostramos como se inscrever no CNIS para começar a contribuir como segurado da Previdência Social — seja como autônomo, facultativo, MEI ou até mesmo apenas para fins de planejamento previdenciário.

  1. Acesse o site de inscrição

    Você deve acessar o site do Cadastro Nacional de Informações Sociais

  2. Clique em “Inscrição” > “Filiado”

    No menu superior, clique em:
    “Inscrição”
    – Depois, selecione a opção “Filiado” (para quem ainda não tem NIT/PIS/NIS).

  3. Preencha seus dados pessoais

    Você precisará informar:
    – Nome completo;
    – Nome da mãe;
    – Data de nascimento;
    – CPF;
    – Endereço com CEP;
    – Documento de identificação (RG, CNH etc.).

    Atenção: os dados devem estar exatamente como estão registrados na Receita Federal e demais sistemas públicos. Erros ou divergências podem travar o cadastro.

  4. Anote seu número de NIT

    Ao final do processo, o sistema irá gerar o seu Número de Identificação do Trabalhador (NIT), que será utilizado como sua chave de acesso ao CNIS e para contribuições ao INSS.
    Esse número também é equivalente ao seu NIS/PIS, caso você passe a trabalhar com carteira assinada ou se inscreva em programas sociais.

  5. Opção alternativa: cadastro pelo telefone ou presencialmente

    Se você tiver dificuldades online, pode:
    Ligar para o 135 (INSS) e solicitar a inscrição;
    Ir até uma agência da Previdência Social, com seus documentos pessoais.

E depois do cadastro?

Com o número em mãos, você já pode:

  • Iniciar contribuições como autônomo ou facultativo;
  • Formalizar um CNPJ MEI (o NIT será solicitado);
  • Acompanhar seu histórico pelo app Meu INSS;
  • Utilizar o CNIS para planejar aposentadoria ou emitir extratos.

Importante: cadastrar-se no CNIS não significa que você já contribui para a aposentadoria

A inscrição é o primeiro passo. A partir daí, você deve iniciar as contribuições mensais para começar a contar tempo para fins previdenciários.

O que é o extrato do CNIS e por que ele é tão importante

O extrato do CNIS é o documento oficial que mostra todo o seu histórico previdenciário registrado no Cadastro Nacional de Informações Sociais. Ele funciona como um raio-x da sua vida contributiva, reunindo vínculos empregatícios, salários e contribuições feitas ao INSS — tudo num só lugar.

É a partir desse extrato que o INSS verifica se você tem direito a:

  • Aposentadoria (por idade, tempo de contribuição, especial etc.);
  • Auxílio-doença;
  • Salário-maternidade;
  • Pensão por morte (no caso de dependentes);
  • Outros benefícios previdenciários.

O que aparece no extrato do CNIS

O documento é dividido em duas seções principais:

Relação de vínculos

  • Nome da empresa ou órgão empregador;
  • CNPJ;
  • Data de início e fim do vínculo;
  • Categoria (empregado, contribuinte individual, MEI etc.);
  • Indicativos de erro ou pendência (“sem vínculo”, “sem remuneração”, etc.).

Remunerações

  • Salário base informado a cada mês;
  • Responsável pelo recolhimento (empresa ou contribuinte);
  • Valores utilizados para o cálculo de benefícios;
  • Períodos em que não houve contribuição.

Por que é tão importante conferir o extrato CNIS?

Porque o INSS usa esse extrato como principal referência para conceder ou negar benefícios. Se houver informações incorretas, incompletas ou ausentes, isso pode causar:

  • Redução no valor da aposentadoria;
  • Recusa de pedidos por “tempo insuficiente”;
  • Necessidade de longos processos de retificação e recurso;
  • Atrasos no recebimento de valores devidos.

Você é o principal responsável por manter seu CNIS em dia.

Como consultar o extrato do CNIS?

Pelo Meu INSS (site ou aplicativo):

  1. Acesse meu.inss.gov.br ou o app Meu INSS.
  2. Faça login com sua conta gov.br.
  3. No menu inicial, clique em “Extrato de Contribuição (CNIS)”.

Você verá uma linha do tempo com todos os vínculos e salários cadastrados. Também poderá baixar ou imprimir o extrato, caso precise apresentar para um advogado, contador ou em um processo administrativo.

Dica prática: o extrato CNIS deve ser consultado periodicamente

Mesmo que você ainda esteja longe da aposentadoria, vale a pena conferir seu extrato a cada seis meses ou ao mudar de emprego. Assim, você consegue identificar e corrigir falhas antes que elas prejudiquem seus direitos no futuro.

Erros comuns no CNIS: como identificar e corrigir

Apesar de ser uma ferramenta poderosa, o CNIS nem sempre está 100% correto. Como ele depende de informações enviadas por empresas, sistemas públicos e pelos próprios segurados, é comum encontrar falhas no extrato — e essas falhas podem afetar diretamente seu direito a benefícios do INSS.

Por isso, é fundamental saber quais são os erros mais frequentes, como identificá-los e o que fazer para corrigi-los.

Principais erros encontrados no CNIS

  1. Períodos de trabalho não registrados
    • Vínculos empregatícios que não aparecem no extrato.
  2. Remunerações inconsistentes ou ausentes
    • Salários registrados com valor zerado ou abaixo do que foi efetivamente pago.
  3. Contribuições individuais não computadas
    • Pagamentos feitos via GPS que não aparecem no sistema.
  4. Nome da empresa divergente ou incorreto
    • Pode ocorrer após fusões, CNPJ trocado ou erro de digitação na GFIP.
  5. Dados pessoais errados ou incompletos
    • Nome, data de nascimento ou CPF divergentes dos registros da Receita Federal.
  6. Indicações de “sem vínculo” ou “sem remuneração”
    • Alertas de que a contribuição foi feita, mas não está totalmente validada.

Como identificar esses erros

Ao consultar seu extrato do CNIS, fique atento a:

  • Campos em branco ou com “sem remuneração”;
  • Linhas com o aviso “vínculo não validado” ou “vínculo inexistente”;
  • Diferença entre o salário real e o salário informado;
  • Ausência de registros em períodos em que você trabalhou ou contribuiu.

Dica: use contracheques, recibos de GPS, carnês de contribuição e carteira de trabalho para comparar com o extrato CNIS.

Como corrigir erros no CNIS (passo a passo)

Pelo aplicativo ou site Meu INSS:

  1. Acesse meu.inss.gov.br ou o app Meu INSS.
  2. Faça login com sua conta gov.br.
  3. Vá até “Atualizar Dados de Contribuição” ou “Solicitar Retificação do CNIS”.
  4. Preencha o formulário, informando o erro e anexando documentos comprobatórios.

Alternativa: ligação para o 135

Você pode abrir a solicitação por telefone e depois enviar os documentos por meio digital.

Presencialmente, se necessário:

Se o erro não puder ser corrigido online, agende um atendimento presencial em uma agência do INSS.

Documentos que podem ser exigidos:

  • Carteira de trabalho (CTPS);
  • Contrato de trabalho;
  • Holerites/contracheques;
  • Recibos de pagamento do INSS (GPS);
  • Declaração do empregador (com firma reconhecida);
  • Documentos de identidade e CPF.

Quanto antes você corrigir o erro, melhor. Ajustes feitos na hora do pedido de aposentadoria podem atrasar o processo em semanas ou até meses.

Como usar o CNIS para planejar sua aposentadoria

O CNIS não serve apenas para comprovar vínculos ou corrigir dados — ele é, na verdade, uma ferramenta estratégica para quem deseja se aposentar com segurança e no melhor momento possível.

Com base nas informações do extrato, você pode fazer uma projeção do seu tempo de contribuição, calcular valores estimados de benefício e até corrigir falhas que, se passarem despercebidas, podem te fazer perder dinheiro.

Conferência do tempo de contribuição

A primeira coisa a se observar no CNIS é quantos anos de contribuição já estão registrados. Isso vai te ajudar a:

  • Saber quanto tempo ainda falta para se aposentar por idade ou tempo de contribuição;
  • Verificar se há períodos que podem ser reconhecidos como especiais (trabalho insalubre ou perigoso);
  • Evitar surpresas desagradáveis na hora de solicitar o benefício.

Se você já está perto da aposentadoria, consulte um contador ou advogado previdenciário para fazer uma simulação detalhada com base no seu CNIS.

Conferência dos salários de contribuição

Os valores registrados no CNIS são utilizados para calcular a média salarial que o INSS usa no cálculo do valor da aposentadoria. Se esses valores estiverem incorretos ou incompletos, você pode receber menos do que teria direito.

É por isso que conferir os salários registrados é tão importante quanto conferir o tempo.

Identificação de lacunas e oportunidades de complementação

O CNIS também permite identificar períodos em que não houve contribuição, seja por desemprego, informalidade ou falhas no recolhimento. Nesses casos, você pode:

  • Verificar se é possível fazer contribuições retroativas (em alguns casos, com juros);
  • Avaliar se vale a pena indenizar períodos não pagos para antecipar a aposentadoria;
  • Confirmar se houve contribuições em duplicidade, que podem ser ajustadas.

Atenção: não saia contribuindo sem orientação. Cada situação tem regras específicas, e uma orientação errada pode resultar em prejuízo.

Apoio profissional no planejamento previdenciário

Para quem está a poucos anos de se aposentar — ou para quem quer se planejar desde já —, o CNIS é a base para uma análise completa e estratégica.

Contadores especializados em previdência ou advogados previdenciários podem:

  • Simular cenários com diferentes regras de transição;
  • Calcular o melhor momento para pedir o benefício;
  • Verificar oportunidades de revisar ou otimizar o valor do benefício.

CNIS e empresas: obrigações e cuidados

Engana-se quem pensa que o CNIS é responsabilidade exclusiva do trabalhador. As empresas têm papel fundamental na alimentação correta dessa base de dados, e qualquer erro ou omissão pode prejudicar o funcionário — além de gerar passivos trabalhistas e previdenciários.

Por isso, profissionais da contabilidade, departamentos de RH e empregadores em geral devem conhecer suas obrigações legais e adotar práticas de conferência e correção constantes.

Como as empresas alimentam o CNIS

As informações que aparecem no CNIS dos trabalhadores são geradas automaticamente a partir de declarações feitas pelas empresas, especialmente por meio de:

  • GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social)
    • Responsável pelos dados anteriores à obrigatoriedade do eSocial.
  • RAIS (Relação Anual de Informações Sociais)
    • Declaração histórica com foco trabalhista e previdenciário.
  • eSocial
    • Sistema atual que unifica a comunicação de informações ao governo federal.

Cada vínculo, salário e recolhimento precisa ser corretamente informado nesses sistemas. Qualquer falha ou atraso impacta diretamente o CNIS do trabalhador.

Principais erros cometidos pelas empresas

  • Falta de envio de declarações obrigatórias (ex: GFIP zerada);
  • Cadastro incorreto de CPF, data de nascimento ou NIT do trabalhador;
  • Informações conflitantes entre eSocial, FGTS e Previdência;
  • Atraso no envio das folhas de pagamento;
  • Omissão de vínculos encerrados ou transferências de CNPJ.

Esses erros podem resultar em:

  • Atraso ou recusa de benefícios previdenciários para o empregado;
  • Multas administrativas;
  • Ações judiciais por parte do trabalhador, exigindo comprovação retroativa.

Boas práticas para empresas e contadores

  • Manter um controle rigoroso sobre declarações e fechamentos mensais;
  • Atualizar com frequência os cadastros dos empregados;
  • Fazer auditorias periódicas no eSocial e no histórico do CNIS dos funcionários;
  • Orientar os empregados a consultar o extrato CNIS regularmente;
  • Corrigir rapidamente qualquer inconsistência identificada.

Responsabilidade compartilhada, impacto coletivo

Corrigir erros no CNIS é mais simples quando feito ainda durante o vínculo empregatício. Empresas que adotam uma cultura de conformidade fiscal e previdenciária não apenas evitam problemas futuros — elas fortalecem sua reputação como empregadoras responsáveis.

FAQ – CNIS: perguntas frequentes

CNIS substitui a carteira de trabalho?

Não. O CNIS não substitui a carteira de trabalho física ou digital, mas serve como complemento e confirmação oficial dos vínculos e salários informados ao INSS.

Quem nunca trabalhou pode ter CNIS?

Sim. Pessoas cadastradas em programas sociais (como CadÚnico ou Bolsa Família) ou dependentes em benefícios previdenciários podem ter um NIS e, portanto, já estarem no CNIS.

O número do CNIS é o mesmo que PIS, NIT ou NIS?

Geralmente, sim. O número que aparece no CNIS como identificação pode ter diferentes nomes conforme o contexto (PIS, NIS, NIT), mas costuma ser o mesmo número.

É possível ter dois números no CNIS?

Não deveria. Ter mais de um número de identificação (NIS/NIT) pode gerar duplicidade de cadastro, o que exige regularização junto ao INSS.

Posso acessar o CNIS de um familiar?

Só com autorização. Você pode consultar o CNIS de terceiros com uma procuração registrada ou como representante legal, como nos casos de filhos menores ou idosos sob tutela.

Preciso atualizar meu CNIS com frequência?

Sim. Sempre que houver mudança de emprego, correção de dados, ou início de contribuições por conta própria, é importante verificar se o CNIS foi atualizado corretamente.

MEI precisa ter CNIS?

Sim. O MEI é considerado um contribuinte individual e, ao se formalizar, já é inscrito no CNIS com um número NIT gerado automaticamente.

Quanto tempo leva para uma contribuição aparecer no CNIS?

De 5 a 30 dias úteis, dependendo da forma de envio (empresa, GPS manual, eSocial). Se passar disso, é recomendável conferir e, se necessário, solicitar regularização.

Fred Amaral

Advogado tributarista, CEO da e-Auditoria e fundador do perfil @empreendedortributario. Com mais de 30 anos de experiência no mercado fiscal e tributário, atua na democratização da auditoria digital e na formação de profissionais que querem empreender na área tributária.

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