Parlamentares defendem manutenção da desoneração da folha de pagamento
Deputado gaúcho afirma que medida contribui para a geração de emprego
Alegando dificuldade para recompor as receitas, o governo federal trabalha para acabar com essa modalidade tributária. Durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles afirmou no início desta semana que o fim da desoneração da folha é um ajuste para dar isonomia ao mercado. Contrária ao fim do benefício, a deputada Federal Gorete Pereira (PR-CE) enxerga a decisão do governo como um retrocesso. Para a parlamentar, se a folha for reonerada, muitas pessoas podem perder o emprego.
“Eles querem voltar ao imposto normal. Isso vai fazer com que, no Nordeste brasileiro, uma quantidade muito grande de mulheres percam o emprego. Aí sim, vão perder o emprego porque as fábricas de confecção, que empregam 95% de mulheres, vão ficar numa dependência maior do setor econômico da própria indústria.”
No mês passado foi criada uma comissão especial que discutirá o projeto da reoneração da folha. A relatoria ficou por conta do o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). O deputado Renato Molling (PP-RS) foi escolhido para ser o presidente. Para Molling, a manutenção da desoneração sobre a folha de pagamento estimula a contratação pelo empresariado. Além disso, o parlamentar afirma que mesmo assim o governo não deixar de ganhar dinheiro.
“Quando nós geramos emprego o trabalhador gasta o dinheiro e o governo arrecada mais. Então, num primeiro momento parece que pode perder, mas num segundo momento ele ganha com a geração de emprego, com a economia girando, em alta.”
Inicialmente, o governo previa que o fim da desoneração da folha entrasse em vigor a partir de julho deste ano. Mas a Comissão Mista do Congresso Nacional que analisava a proposta aprovou o parecer do senador Airton Sandoval (PSDB-SP), que pedia o adiamento da medida para 2018.
Reportagem, Marquezan Araújo
Fonte: Agência do Rádio