Levy diz que é preciso ter muito cuidado ao mudar regra do FGTS
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta sexta-feira (14), após apresentação para mais de mil empresários na Amcham, em São Paulo, que é preciso ter muito cuidado quando se fala em mudar as regras do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), e que aumentar o seu rendimento significa elevar a prestação da casa própria.
De acordo com a imprensa, haveria uma proposta do governo para mudar a forma de remuneração no FGTS dos trabalhadores, que teriam parte do lucro obtido pelo fundo de garantia de acordo com seu saldo. Atualmente o lucro é aplicado no próprio fundo.
A intenção seria barrar a proposta do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que corrige o FGTS pela remuineração da poupança. Atualmente, o rendimento do fundo é de 3% mais a Taxa Referencial (TR). No projeto de Cunha, o rendimento dobraria a partir do ano que vem, em mais de 6%, mais a TR.
“A gente tem que ter muito cuidado com o FGTS, que é um fundo que o governo já teve que investir muito dinheiro para garantir os recursos dos cotistas. É um fundo que tem uma certa concentração, então você tem pessoas com contas muito grandes e outras com contas menores”, disse o ministro.
Levy acrescentou que o trabalhador de menor renda tem saldos menores quando saca o dinheiro para comprar a casa própria, e por isso seria preciso haver um equilíbrio entre a remuneração do próprio fundo e o valor da prestação da casa própria. “O fundo é constituído exatamente dentro dessa lógica. E muita gente e agora com a retomada da construção civil nos últimos anos muita gente tira dinheiro do fundo para poder fazer a casa própria”.
Emprego
Questionado sobre a queda no nível de emprego, o ministro prevê que haverá aumento de vagas em outras áreas como as relacionadas com a exportação, que estão tendo expansão. Ele disse que haverá um período de transição até as empresas que produzem aqui voltem a empregar mais funcionários.
“Na hora que o importado aumenta o preço abre espaço para as empresas que produzem no país. É lógico que demora um tempinho para as empresas se prepararem. Até a economia se acomodar e aproveitar todas as oportunidades da nova situação você vai ter um período de transição, mas já está acontecendo”.
Redução dos ministérios
Questionado sobre a possibilidade de reduzir o número de ministérios, Levy disse que há um grande mal entendido na questão. “A maior parte são secretarias que têm um ministro, que já existiam, mas sem uma estrutura necessariamente muito grande. Você pode rever o tamanho da estrutura ou você pode diminuir alguns e voltar a ser secretaria”.
Levy acrescentou que a discussão não é central. “Não é porque você tem mais um ministro ou menos um ministro. O volume de gastos é porque você tem compromissos, programas, será que todo programa que existe precisa ser daquele tamanho? Será que ele está alcançando o objetivo? É um desafio que a gente tem que fazer para poder ter um Estado que a gente consiga financiar”, afirmou.
Fonte: G1